Marcação a mercado para não residentes (CNR), como funciona?
Marcação a mercado é amplamente utilizado na renda fixa de longo prazo, pode ser uma grande aliada ou uma grande barreira. Marcação a mercado pode ser feita por estratégia ou necessidade
Leonardo Marks
8/23/20252 min read
Entendendo a marcação a mercado
1. Conceito e por que existe a Marcação a Mercado
A marcação a mercado é um mecanismo de precificação que busca refletir o valor real de um título de renda fixa em qualquer momento, não apenas no vencimento. Ela existe para dar transparência, liquidez e comparabilidade entre ativos, permitindo que investidores, gestores e reguladores saibam quanto aquele título valeria se fosse vendido hoje.
Sem a marcação, o investidor só veria o valor nominal corrigido pelos juros contratados, o que não refletiria a realidade do mercado. Isso seria especialmente problemático em fundos de investimento, onde a cota precisa mostrar o valor justo para todos os cotistas.
2. Sensibilidade e Marcação – Conceito de Duration
A duration mede o tempo médio ponderado dos fluxos de caixa do título e é usada para estimar o quanto o preço varia a cada 1% de mudança na taxa de juros.
Quanto maior a duration, mais sensível é o preço.
Títulos longos e prefixados sofrem mais com variações de juros do que títulos curtos ou pós-fixados.
Exemplo prático:
Título prefixado a 15% com 10 anos: queda de 2% na taxa de mercado pode gerar valorização de 15% ou mais no preço.
O mesmo título, mas próximo do vencimento, teria variação bem menor.
3. Impacto para não residentes (CNR)
Para contas de não residentes (CNR), a regra é a mesma: o título é precificado conforme o mercado local. A diferença pode estar no câmbio, pois além da variação do preço do título, o investidor não residente está exposto à valorização ou desvalorização do real frente à sua moeda. Essa preocupação é valida para aqueles que tem inteção de fazer a saída do patrimonio
Dois riscos combinados: taxa de juros + variação cambial.
Em alguns casos, a marcação a mercado pode gerar ganhos no ativo, mas perdas no câmbio, e vice-versa.
4. Estratégias usando a MaM a favor
Compra em momentos de stress (taxas altas): Se você acredita que os juros vão cair, comprar títulos longos pode gerar ganhos expressivos.
Carrego (hold até o vencimento): Se o investidor quer evitar a volatilidade, manter até o vencimento garante a taxa contratada (salvo default).
Gestão ativa em fundos: Fundos de renda fixa podem girar a carteira aproveitando movimentos de mercado.
5. Casos reais e exemplos visuais
Para facilitar o entendimento:
Gráfico de preços vs. curva de juros: mostrando como a taxa afeta o valor do título.
Simulações: um título de R$ 1.000, taxa contratada 12%, mercado cai para 10% → valor sobe para R$ 1.200 (aproximado).
Cenário inverso: mercado sobe para 14% → valor cai para R$ 900.
6. Riscos e Armadilhas
Liquidez: alguns títulos podem ter spreads altos; a marcação reflete preço teórico, mas na prática pode ser difícil vender.
Volatilidade: mesmo renda fixa pode oscilar bastante em cenários de instabilidade econômica.
Necessidade de resgate: vender em cenário adverso pode cristalizar perdas.
A marcação é amplamente utilizada na renda fixa, ela pode ser uma grande aliada se seus investimentos forem pensando nela. Ou pode te gerar substanciais prejuízos se o resgate por por necessidade. Gravei recentemente um vídeo sobre esse tema.
Exploro com mais profundidade no vídeo que fiz recentemente aqui
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