Você mora fora do Brasil? A Receita Federal está intensificando a fiscalização!

A Receita Federal está usando novas tecnologias e acordos internacionais para cruzar dados e fiscalizar brasileiros no exterior que não entregaram a Declaração de Saída Definitiva (DSDP). Quem não regulariza a situação continua sendo residente fiscal no Brasil e corre o risco de sofrer bitributação (imposto sobre renda global), ter o CPF bloqueado e pagar multas. Não é uma lei nova, mas sim uma fiscalização mais eficiente.

Leonardo Marks

10/22/20252 min read

Se você é brasileiro, mora no exterior, mas nunca comunicou oficialmente sua saída ao Brasil, este é um alerta importante. A Receita Federal (RFB) está fechando o cerco contra contribuintes que não regularizaram sua situação fiscal.

O que está acontecendo?

Não se trata de uma "nova lei" ou de uma regra que começará a valer em 2026, como alguns boatos sugerem. As regras sempre existiram. O que mudou – e mudou muito – foi a capacidade de fiscalização da Receita Federal.

Graças a novas tecnologias e acordos internacionais (como o CRS, Common Reporting Standard, e o FATCA), o Brasil agora recebe automaticamente informações financeiras de brasileiros em dezenas de outros países.

Em resumo: a Receita Federal está cruzando dados e consegue "enxergar" suas contas bancárias e rendimentos no exterior com muito mais facilidade.

O Ponto Central: A "Saída Definitiva"

O foco dessa fiscalização são os brasileiros que vivem fora do país, mas não entregaram a Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP).

De acordo com a lei, você é obrigado a formalizar essa saída se:

  1. Deixou o Brasil em caráter permanente;

  2. Permaneceu no exterior por mais de 12 meses consecutivos.

Se você se enquadra em um desses casos e não fez a DSDP, para a Receita Federal você continua sendo um residente fiscal no Brasil.

Quais os Riscos Reais de não fazer a DSDP?

Se o Brasil ainda considera você um residente fiscal, ele espera que você declare e pague impostos sobre sua renda global. É aqui que mora o perigo:

  • Bitributação: Este é o risco mais grave. A Receita pode cobrar Imposto de Renda sobre os seus ganhos no exterior (seu salário no Japão, nos EUA, em Portugal, etc.), mesmo que você já pague impostos nesses países.

  • Bloqueio do CPF: A Receita pode classificar seu CPF como "pendente de regularização" ou até bloqueá-lo, o que impede você de movimentar contas bancárias no Brasil, comprar ou vender imóveis, e até renovar seu passaporte.

  • Multas e Juros: Ao ser pego na malha fina, você provavelmente terá que pagar os impostos retroativos com multas e juros.

O que fazer para se regularizar?

A boa notícia é que é possível corrigir a situação, mesmo que você já esteja morando fora há anos. O caminho é fazer a entrega da Declaração de Saída Definitiva (DSDP) de forma retroativa, informando a data correta em que você deixou de ser residente fiscal no Brasil.

O processo formal geralmente envolve dois passos:

  1. Comunicação de Saída Definitiva do País (CSDP): Um aviso mais simples feito no site da Receita.

  2. Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP): Uma declaração mais completa, parecida com o Imposto de Renda, que finaliza suas obrigações como residente.

Conclusão

A fiscalização da Receita Federal não é mais uma ameaça distante; ela já está acontecendo de forma silenciosa e automática. Com o cruzamento de dados, é apenas uma questão de tempo até que as inconsistências sejam encontradas.

Se você mora no exterior e está com a situação fiscal pendente, a recomendação é clara: não espere ser notificado. Procure um contador ou consultoria especializada para regularizar sua situação o quanto antes e evitar dores de cabeça e prejuízos financeiros.




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